Lugares-comuns, 2011-2012



Lugares-comuns #1, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #2, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #3, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #4, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm

Lugares-comuns #5, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm

Lugares-comuns #6, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #7, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #8, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #9, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #10, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm


Lugares-comuns #11, 2011-12
Impressão jacto de tinta sobre papel mate Arquival
40x30cm




Vista da exposição 6749/010.013, Plataforma Revólver, 2013.




Lugares-comuns: a Fotografia como lugar de afetosé o título da dissertação de Mestrado em Arte Multimédia, variante em Fotografia, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. 

Poderá aceder ao documento da dissertação aqui.


Texto de Maria João Gamito*, no catálogo da Exposição de Finalistas do Mestrado em Arte Multimédia, intitulada, 6749/010.013, Plataforma Revólver, 2013.

Paula Nobre expõe um conjunto de fotografias de uma longa série produzida nos fins-de-semana ao longo de dezoito meses consecutivos, a que deu o título Lugares-comuns: a Fotografia como lugar de afectos.

Nesta obra, o artista é entendido como um semiólogo que aborda a questão do sentido dos sistemas sígnicos a partir do afecto subjacente às artes de fazer o quotidiano, como as designa Michel de Certeau. Neste caso, essas artes consubstanciam-se nas práticas culinárias de uma família, aqui aparecendo como definidoras de um retrato do pai e da mãe, absorvidos nos gestos rotineiros da preparação dos alimentos, e de um lugar, a casa, o lugar-comum, o lugar comum a todos os que a habitam, que é tanto o lugar da comunicação e da partilha (o lugar que torna comum), como o da Fotografia (o lugar dos afectos) e das fantasmagorias da imagem fotográfica (o lugar dos sentidos e das sensações que eles arrastam) mas, sobretudo, o lugar do inconsciente óptico a que a câmara nos conduz, de que fala Walter Benjamim, o lugar que vem para re-significar a experiência do quotidiano, revelando-o a partir do que o coração sente e os olhos não vêem, ou se vêem a visão é incapaz de processar.

Comum ao retrato e ao lugar na indiscernibilidade que os define – retrato e natureza-morta -, este lugar-comum é ainda o lugar da reduzida profundidade de campo e da ambiguidade do espaço abreviado no vestígio do gesto que o ocupou e onde os vestígios, para além das suas circunstâncias, resgatam para o plano dos sentidos e das sensações, agora do observador, os afectos de que é investido o quotidiano.



 *Professora e Orientadora da Dissertação do Mestrado.  

 


Poderá consultar o catálogo da exposição aqui.